segunda-feira, 30 de abril de 2012

É POSSÍVEL SER FELIZ



Vamos iniciar respondendo a Pergunta: O que é Felicidade?

Segundo Daniel Gilbert, professor de psicologia da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, que estuda a felicidade há mais de duas décadas, conceitua a sensação de bem-estar: “É difícil dizer o que é, mas sei quando eu a vejo. É simplesmente se sentir bem”. Em suas pesquisas e livros sobre o tema, Gilbert mostra o que teimamos em não perceber no dia-a-dia: a felicidade não é uma sensação eterna, é um estado de êxtase, daqueles que se atingem nos momentos de extremo prazer.
Estar feliz ou triste é um ir e vir. Apesar de difíceis, os processos de infelicidade também funcionam como um momento para amadurecer, pensar e repensar as atitudes, os projectos.

Não há respostas concretas mas há pistas do que leva até ela. O filósofo grego Aristóteles afirmava, há mais de 2 mil anos, que a felicidade se atinge pelo exercício da virtude e não da posse.

"Felicidade não é o que acontece na nossa vida, mas como nós elaboramos esses acontecimentos. A diferença entre o sábio e o ignorante é que o primeiro sabe aproveitar suas dificuldades para evoluir, enquanto o segundo se sente vítima de seus problemas"
(Roberto Shinyashiki)

Só quem possui a Deus é Feliz

–Pois bem, prosegui, admitis ser infeliz o homem que não é feliz?
–Sem a menor dúvida.
–Logo, é infeliz que não possui o que deseja?
Todos aprovaram.
– Então, o que o homem precisa conseguir para ser feliz? Eis talves aí um bom suplemento ao nosso festim(a festa de aniversário de Stº Agostinho), pois precisamos não esquecre o grande apetite de Licêncio. Imagino eu que tal homem desejoso da felicidade deva obter tudo quanto pode querer a sua vontade?
– Evidentemente, disseram eles.
– Isso significa ser necessário que se procure um bem permanente, livre das variações da sorte e das vicissitudes da vida. Ora, não podemos adquirir à nossa vontade, tampouco conservar para sempre, aquilo que é perecível e passageiro.
Todos se mostraram de acordo a esse respeito, exceto Trigésio que objetou:
– Há muitos homens afortunados que possuem em grande abundância de bens frágeis e sujeitos ao acaso, e, no entanto, levam vida muito agradável. Nada lhes falta de tudo quanto desejam.
– Na tua opnião, disse-lhe eu, achas poder ser feliz o homem sujeito a receios?
–Não me parece ser possível, respondeu ele.
– E poderá viver sem receio, quem pode vir a perder o que ama?
–Impossível, confirmou ele.
– Ora, todos esses bens sujeitos à mudança podem vir a ser perdidos. por conseguinte, aquele que os ama e possui não pode ser feliz de modo absoluto.
Não tendo Trigésio replicado, minha mãe tomou a palavra:
– Ainda que alguém tivesse a certeza de não perder tais bens frágeis, contudo, nunca viria a se contentar com o que já possui. Portanto, a pessoa seria infeliz pelo fato de querer sempre mais.
–Nesse caso, argumentei, aquele que possuísse bens em abundância, rodeado de benefícios sem conta, supondo que pusesse limite a seus desejos e que vivesse satisfeito com o que possuísse, no gozo honesto e agradável desses bens, a teu parecer seria feliz?
– Não seriam essas coisas que o tornariam feliz, mas a moderação de seu espírito.
– Muito bem! Não poderia haver melhor resposta à minha pergunta, nem outra poderia eu esperar de ti. Por conseguinte, estamos convencidos de que, se alguem quiser ser feliz, deverá procurar um bem permanente, que não lhe possa ser retirado em algummrevés de sorte.
– Já concordamos com isso, diz Trigésio.
– Então, qual a vossa opnião? É Deus eterno e imutável?
– Eis uma verdade tão certa que qualquer questão se torna supérflua, intarveio Licêncio.
Em piedosa harmonia, todos os outros disseram-se de acordo. Concluí então:
– Logo, quem possui à Deus é Feliz!
Fonte: Agostinho, Santo. De Beata Vita, A Vida Feliz. Capítulo 1. Ed. Paulus.

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