quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Bento XVI despede-se dos cardeais antes de deixar pontificado

Em uma audiência privada realizada na manhã desta quinta-feira, 28, no Vaticano, o Papa Bento XVI encontrou-se com os cardeais em um momento de despedida. Logo mais, às 17h (horário em Roma, 13h no horário de Brasília), Bento XVI segue para Castel Gandolfo e deixa oficialmente o ministério petrino às 20h (16h no horário de Brasília). 





O Papa Bento XVI reuniu-se na manhã desta quinta-feira, 28, com o Colégio Cardinalício em audiência privada, último compromisso de seu Pontificado. Na ocasião, o Santo Padre despediu-se dos cardeais.
No encontro, o decano do colégio cardinalício, Cardeal Angelo Sodano, dirigiu algumas palavras de homenagem ao Santo Padre. O Cardeal manifestou o profundo afeto dos cardeais pelo Papa e a gratidão pelo seu testemunho de serviço apostólico, para o bem da Igreja de Cristo e de toda a humanidade.
O decano recordou o agradecimento expresso pelo Santo Padre no último sábado, no encerramento dos exercícios espirituais. Na ocasião, Bento XVI agradeceu à Cúria Romana não só pela semana de reflexões, mas também pelos quase oito anos nos quais compartilhou com ele o peso do ministério petrino.
“Amado e venerado Sucessor de Pedro, somos nós que devemos agradecer-lhe pelo exemplo que nos destes nestes quase oito anos de Pontificado. (…) Saiba que ardia também o nosso coração quando caminhávamos contigo nestes últimos oito anos. Hoje queremos uma vez mais exprimir-lhe toda a nossa gratidão”.
Diante das palavras, o Santo Padre também agradeceu. Ele afirmou, como já havia dito aos fiéis na última audiência geral, realizada ontem, que os conselhos recebidos dos cardeais ao longo de seu pontificado foram grandes riquezas para seu ministério. “Mesmo quando havia nuvens no céu, servimos Cristo e sua Igreja com amor total… demos esperança… só Deus pode iluminar nosso caminho… agradeço ao Senhor que nos uniu”.
Bento XVI manifestou seu desejo de que se possa crescer essa unidade profunda, de que o Colégio Cardinalício possa crescer em harmonia. Ele destacou o caráter vivo da Igreja, que vive iluminada pelo Espírito Santo, força de Deus.
“Através da Igreja, o Mistério da Encarnação permanece presente para sempre. Cristo continua a caminhar nos tempos e em todos os lugaresPermaneçamos unidos, na oração e Eucaristia cotidiana… Animamos assim a Igreja e toda humanidade… Antes de saudar-vos pessoalmente, quero dizer que estarei próximo a vocês na oração, especialmente nos próximos dias. Que o Senhor lhes mostre o que quer de nós”.
Logo mais, às 17h (horário em Roma, 13h no horário de Brasília), Bento XVI deixa o Vaticano e segue para Castel Gandolfo. Ele deixa oficialmente o ministério petrino às 20h (16h no horário de Brasília). A partir deste momento, inicia-se o período de Sé Vacante, até a eleição do novo Papa.

Fonte: Canção Nova

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

MISSA NÃO É SHOW!


“O canto e a música desempenham sua função de sinais de maneira tanto mais significativa por ‘estarem intimamente ligados à ação litúrgica’, segundo três critérios principais: a beleza expressiva da oração, a participação unânime da assembleia nos momentos previstos e o caráter solene da celebração. Participam assim da finalidade das palavras e das ações litúrgicas: a glória de Deus e a santificação dos fiéis” (Catecismo da Igreja Católica, n. 1157).
Não pretendo fazer aqui um tratado de liturgia, apenas darei algumas dicas sobre a postura do ministério de música em animações litúrgicas, especialmente nas Celebrações Eucarísticas.
Na Santa Missa, o presidente é o sacerdote; portanto, antes de toda e qualquer celebração, converse com o padre e exponha o que o ministério preparou em unidade com a equipe de liturgia.
Sei de toda a complexidade e até das diferentes interpretações sobre a liturgia que alguns padres dão; em todo o caso, vale a máxima: “Quem obedece não peca”. Portanto, consulte-o e obedeça-lhe.
Se você tiver conhecimento o bastante sobre o assunto e abertura com o sacerdote, poderá defender sua opinião; o diálogo nos faz crescer. Mas converse em outro momento, não poucos minutos antes do início da celebração.
Na Celebração Eucarística, a música deve contribuir para o engrandecimento e a profundidade dos momentos litúrgicos; por isso, cada canção precisa se encaixar com o momento certo e acompanhar os tempos litúrgicos.
Santa Missa não é show! Não chame a atenção do povo para si ou para seu grupo musical. Na Eucaristia, Jesus é o centro. Não desvie a atenção das pessoas com “caras e bocas” durante a interpretação de uma música, nem na execução de um solo instrumental. Tampouco converse durante a Celebração Eucarística, escolha antecipadamente as músicas e seus respectivos tons. Se houver extrema necessidade de algum diálogo, faça-o da forma mais discreta possível. Nada mais desagradável do que um ministério se entreolhando com ar desesperado, de: “Qual a próxima música?” ou “Qual o tom?”.
Não use, durante a Missa, roupas com cores fortes ou estampadas, a não ser que você seja convocado de surpresa e não tenha condições de se trocar. Também não use, de jeito nenhum, roupas sem mangas, decotadas, transparentes ou bermudas durante a Celebração Eucarística.
Escolha os cânticos de acordo com as leituras e o tempo litúrgico. Não se pode cantar os “hits”, a não ser que se encaixem com o tema da celebração.
Peça aos músicos que toquem de forma harmônica e com um volume que favoreça a oração. Já vi muitas vezes sacerdotes e até bispos serem “martirizados” pelo alto volume dos instrumentos, inclusive da bateria, montados a menos de um metro de seus ouvidos, em palcos pequenos.
Não use a harmonia mais complicada que você sabe tocar. Nas celebrações, precisamos ajudar o povo a rezar as canções. Acordes muito dissonantes não são os mais indicados nessas ocasiões. Cuidado para não fazer das Missas uma “válvula de escape” para seu desejo de tocar no “Free Jazz Festival” ou no barzinho mais “out” de sua cidade.
Ensaie com os fiéis antes da Missa. Ensine-lhes os cânticos novos e motive-os a rezar com eles.
Algumas fórmulas da Santa Missa, como o “Cordeiro de Deus”, não podem ser modificadas. Estude liturgia! Em liturgia não dá para improvisar.
Não queira ser um ministro de música “garçom”, que apenas serve aos outros o banquete. Participe ativamente de cada momento da Celebração, sente-se à mesa. Você também é um “feliz convidado para a Ceia do Senhor”.
Se você é animador de música na liturgia, não multiplique as palavras. Não queira fazer uma homilia a cada música, nem queira roubar o papel do comentarista.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Missão no dia a dia: Rafael Bodão


Coordenador do Ministério de Músicas e Artes da Renovação Carismática Católica (RCC) da Cidade de Divinópolis - MG, Rafael Alves Costa, conhecido como 'Bodão' tem 20 anos, e iniciou sua caminhada através de um convite de seu professor de Música para participar de um grupo de Oração e hoje se encontra em uma coordenação de alta responsabilidade e carisma.



O Grupo de Oração da RCC abriu as portas de seu coração para que o mesmo se encontrasse com seu chamado, uma vocação escrita pelo dedos de Deus e traçados em Sua perfeição.
Rafael Bodão, diz receber o Chamado a Servir a Deus através de um Grupo de Oração que vivencia os Carismas da Igreja por Dons de Língua e Orações Espontâneas, uma Oração mais íntima e direta a Deus Pai.

Foi perguntado ao Servo da RCC, Qual era sua visão em relação ao Ministério em que servia:
Um ministério que a muito tempo está sem pastoreio e incentivo, mais Deus esta com novos ares para toda a RCC."

A fé é o ponto atuante de muitos Cristãos que buscam a Salvação e o Encontro com Deus. Segundo Rafael Bodão: "Hoje o mundo investe com todas a forças em falsas doutrinas em prostituição e drogas para fazer acreditar que o mundo e melhor que o céu, mas nos esquecemos da palavra que esta em João 5;4 “ Esta é a vitória que vence o mundo, a nossa Fé."

O Coordenador do Ministério de Música e Artes da RCC Divinópolis - MG, ressalva que a "O Mundo seduz a juventude porque a juventude se deixa seduzir, o mundo que vivemos  é um mundo aonde as ideais cristãs estão cada vez mais distantes e apenas a perdição reina."

Mensagem de Rafael Bodão ao Amado Leitor:
"Antes de servimos em algum movimento, em alguma pastoral devemos lembrar quem somos Cristãos, somos o povo escolhido, e ser cristão significa ser mais um Cristo no mundo de hoje por mais que o mundo não nos deixar mostrar isso."


Fonte: Setor de Comunicação da Missão Católica Bethânia

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Bento XVI envia mensagem aos brasileiros no início da Campanha da Fraternidade


Neste dia 13 de fevereiro, quarta-feira de Cinzas, foi 
lançada a Campanha da Fraternidade (CF), com o tema “Fraternidade e Juventude” e o lema “Eis-me aqui, envia-me!” (Is 6,8). O Papa Bento XVI enviou uma mensagem para o início da Campanha. A seguir, a íntegra da mensagem:







Queridos irmãos e irmãs,

Diante de nós se abre o caminho da Quaresma, permeado de oração, penitência e caridade, que nos prepara para vivenciar e participar mais profundamente na paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. No Brasil, esta preparação tem encontrado um válido apoio e estímulo na Campanha da Fraternidade, que este ano chega à sua quinquagésima realização e se reveste já das tonalidades espirituais da XXVII Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro em julho próximo: daí o seu tema “Fraternidade e Juventude”, proposto pela Conferência Episcopal Nacional com a esperança de ver multiplicada nos jovens de hoje a mesma resposta que dera a Deus o profeta Isaías: “Eis-me aqui, envia-me!” (6,8).

De bom grado associo-me a esta iniciativa quaresmal da Igreja no Brasil, enviando a todos e cada um a minha cordial saudação no Senhor, a quem confio os esforços de quantos se empenham por ajudar os jovens a tornar-se – como lhes pedi em São Paulo – “protagonistas de uma sociedade mais justa e mais fraterna inspirada no Evangelho” (Discurso aos jovens brasileiros, 10/05/2007). É que os “sinais dos tempos”, na sociedade e na Igreja, surgem também através dos jovens; menosprezar estes sinais ou não os saber discernir é perder ocasiões de renovação. Se eles forem o presente, serão também o futuro. Queremos os jovens protagonistas integrados na comunidade que os acolhe, demonstrando a confiança que a Igreja deposita em cada um deles. Isto requer guias – padres, consagrados ou leigos – que permaneçam novos por dentro, mesmo que o não sejam de idade, mas capazes de fazer caminho sem impor rumos, de empatia solidária, de dar testemunho de salvação, que a fé e o seguimento de Jesus Cristo cada dia alimentam.

Por isso, convido os jovens brasileiros a buscarem sempre mais no Evangelho de Jesus o sentido da vida, a certeza de que é através da amizade com Cristo que experimentamos o que é belo e nos redime: “Agora que isto tocou os teus lábios, tua culpa está sendo tirada, teu pecado, perdoado” (Is 6,7). Desse encontro transformador, que desejo a cada jovem brasileiro, surge a plena disponibilidade de quem se deixa invadir por um Deus que salva: “Eis-me aqui, envia-me!’ aos meus coetâneos” - ajudando-lhes a descobrir a força e a beleza da fé no meio dos “desertos (espirituais) do mundo contemporâneo, em que se deve levar apenas o que é essencial: (…) o Evangelho e a fé da Igreja, dos quais os documentos do Concílio Vaticano II são uma expressão luminosa, assim como o é o Catecismo da Igreja Católica” (Homilia na abertura do Ano da Fé, 11/10/2012).

Que o Senhor conceda a todos a alegria de crer n’Ele, de crescer na sua amizade, de segui-Lo no caminho da vida e testemunhá-Lo em todas situações, para transmitir à geração seguinte a imensa riqueza e beleza da fé em Jesus Cristo. Com votos de uma Quaresma frutuosa na vida de cada brasileiro, especialmente das novas gerações, sob a proteção maternal de Nossa Senhora Aparecida, a todos concedo uma especial Bênção Apostólica.


Vaticano, 8 de fevereiro de 2013

Benedictus PP. XVI

Fonte: CNBB

Diferença entre a música litúrgica e música de show

Urbano Medeiros partilha sobre sua experiência na música secular e fala da importância e das principais diferenças entre tocar na Santa Missa e tocar em shows.


“Existe uma diferença tremenda entre as músicas tocadas em shows com relação às músicas litúrgicas. Infelizmente, nós músicos queremos, muitas vezes, misturar as coisas. A forma que se toca na celebração da Santa Missa é bem diferente da forma que se toca em um show. O show é um show, a própria palavra “show” quer dizer “expor”. Na liturgia temos que ter outra dinâmica, como, por exemplo, o músico deve cantar com doçura, afinação e humildade. As pessoas, quando olharem para nós músicos no altar, precisam perceber uma unção espiritual em nós. Nós não estamos ali para aparecer, o único que deve aparecer na Santa Missa é Jesus, que é ali oferecido ao Pai. Nós todos estamos ali a serviço da liturgia.
O músico precisa cantar de uma forma ‘lisa’, sem fazer firulas, sem fazer portamento, sem colocar muitos enfeites. Ele deve cantar como a assembleia canta. O músico precisa escolher as músicas na tonalidade que o povo consiga cantar.
O cantor litúrgico precisa ter uma vida de oração; ele precisa aprender a servir com a humildade de Nossa Senhora.
Atenção, músicos: quando vocês estiverem tocando na Santa Missa não usem acordes dissonantes em seu instrumento. Dissonância já diz: é uma dissonância, é uma harmonia na qual entram notas que não são harmônicas, muito usadas no jazz, na bossa nova e outros estilos de música. Mas na liturgia devemos usar acordes mais simples: tônicas, terceira, quinta, uma sétima menor, às vezes, uma quarta suspensa, que é uma nota de passagem. Porque, se você usar dissonância, as pessoas não vão mergulhar em Deus, pois essas notas dissonantes na liturgia podem despertar outros desejos no corpo, na mente e no espírito e também na sexualidade das pessoas. Porque os acordes dissonantes são gerados exatamente para mexer com a pessoa; na liturgia temos que tocar acordes doces para o bem do Reino de Deus”.
Além desse conteúdo, maestro Urbano Medeiros dá dicas especiais para você que toca saxofone, instrumentos de harmonia: teclado, guitarra, violão e baixo, bateria e instrumentos de cordas.
“Músico, quando você estiver tocando na liturgia, em uma celebração da Santa Missa, toque como se você estivesse tocando para o melhor músico do mundo. Aliás você está tocando para o melhor músico do mundo: Deus, a Santíssima Trindade, e manifeste em seu semblante um ar de bondade, de alegria, de glória, de júbilo e de paz”, aconselha o maestro.
Fonte: Blog Canção Nova - Formação para Músicos

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Conheça o significado da Quaresma



Por que a Igreja utiliza a cor roxa nesse tempo?

Chama-se Quaresma os 40 dias de jejum e penitência que precedem à festa da Páscoa. Essa preparação existe desde o tempo dos Apóstolos, que limitaram sua duração a 40 dias , em memória do jejum de Jesus Cristo no deserto. Durante esse tempo a Igreja veste seus ministros com paramentos de cor roxa e suprime os cânticos de alegria: O "Glória", o "Aleluia" e o "Te Deum".
Na Quaresma, que começa na quarta-feira de cinzas e termina na quarta-feira da Semana Santa, os católicos realizam a preparação para a Páscoa. O período é reservado para a reflexão, a conversão espiritual. Ou seja, o católico deve se aproximar de Deus visando o crescimento espiritual. Nesse tempo santo, a Igreja católica propõe, por meio do Evangelho proclamado na quarta-feira de cinzas, três grandes linhas de ação: a oração, a penitência e a caridade.
Essencialmente, o período é um retiro espiritual voltado à reflexão, onde os cristãos se recolhem em oração e penitência para preparar o espírito para a acolhida do Cristo Vivo, Ressuscitado no Domingo de Páscoa.
Assim, retomando questões espirituais, simbolicamente o cristão está renascendo, como Cristo.
Por que a cor roxa?
A cor litúrgica deste tempo é o roxo que simboliza a penitênica e a contrição. Usa-se no tempo da Quaresma e do Advento.
Nesta época do ano, os campos se enfeitam de flores roxas e róseas das quaresmeiras. Antigamente, era costume cobrir também de roxo as imagens nas igrejas. Na nossa cultura, o roxo lembra tristeza e dor. Isto porque na Quaresma celebramos a Paixão de Cristo: na Via-Sacra contemplamos Jesus a caminho do Calvário
Qual o significado destes 40 dias?
Na Bíblia, o número quatro simboliza o universo material. Os zeros que o seguem significam o tempo de nossa vida na terra, suas provações e dificuldades. Portanto, a duração da Quaresma está baseada no símbolo deste número na Bíblia. Nela, é relatada as passagens dos quarenta dias do dilúvio, dos quarenta anos de peregrinação do povo judeu pelo deserto, dos quarenta dias de Moisés e de Elias na montanha, dos quarenta dias que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida pública, dos 400 anos que durou a estada dos judeus no Egito, entre outras. Esses períodos vêm sempre antes de fatos importantes e se relacionam com a necessidade de ir criando um clima adequado e dirigindo o coração para algo que vai acontecer.
O Jejum
A igreja propõe o jejum principalmente como forma de sacrifício, mas também como uma maneira de educar-se, de ir percebendo que, o que o ser humano mais necessita é de Deus. Desta forma se justifica as demais abstinências, elas têm a mesma função. Oficialmente, o jejum deve ser feito pelos cristãos batizados, na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa.
Pela lei da igreja, o jejum é obrigatório nesses dois dias para pessoas entre 18 e 60 anos. Porém, podem ser substituídos por outros dias na medida da necessidade individual de cada fiel, e também praticados por crianças e idosos de acordo com suas disponibilidades.
O jejum, assim como todas as penitências, é visto pela igreja como uma forma de educação no sentido de se privar de algo e reverte-lo em serviços de amor, em práticas de caridade. Os sacrifícios, que podem ser escolhidos livremente, por exemplo: um jovem deixa de mascar chicletes por um mês, e o valor que gastaria nos doces é usado para o bem de alguém necessitado.
Qual é a relação entre Campanha da Fraternidade e a Quaresma?
A Campanha da Fraternidade é um instrumento para desenvolver o espírito quaresmal de conversão e renovação interior a partir da realização da ação comunitária, que para os católicos, é a verdadeira penitência que Deus quer em preparação da Páscoa. Ela ajuda na tarefa de colocar em prática a caridade e ajuda ao próximo. É um modo criativo de concretizar o exercício pastoral de conjunto, visando a transformação das injustiças sociais.
Desta forma, a Campanha da Fraternidade é maneira que a Igreja no Brasil celebra a quaresma em preparação à Páscoa. Ela dá ao tempo quaresmal uma dimensão histórica, humana, encarnada e principalmente comprometida com as questões específicas de nosso povo, como atividade essencial ligada à Páscoa do Senhor.
Quais são os rituais e tradições associados com este tempo?
As celebrações têm início no Domingo de Ramos, ele significa a entrada triunfal de Jesus, o começo da semana santa. Os ramos simbolizam a vida do Senhor, ou seja, Domingo de Ramos é entrar na Semana Santa para relembrar aquele momento.
Depois, celebra-se a Ceia do Senhor, realizada na quinta-feira Santa, conhecida também como o lava pés. Ela celebra Jesus criando a eucaristia, a entrega de Jesus e portanto, o resgate dos pecadores.
Depois, vem a missa da Sexta-feira da paixão, também conhecida como Sexta-feira Santa, que celebra a morte do Senhor, às 15h00. Na sexta à noite geralmente é feita uma procissão ou ainda a Via Sacra, que seria a repetição das 14 passagens da vida de Jesus.
No sábado à noite, o Sábado de Aleluia, é celebrada a Vigília Pascal, também conhecida como a Missa do Fogo. Nela o Círio Pascal é acesso, resultando as cinzas. O significado das cinzas é que do pó viemos e para o pó voltaremos, sinal de conversão e de que nada somos sem Deus. Um símbolo da renovação de um ciclo. Os rituais se encerram no Domingo, data da ressurreição de Cristo, com a Missa da Páscoa, que celebra o Cristo vivo.
CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil


Qual o valor de uma vida sem Deus?


Na nossa humanidade quando vemos um jovem na prostituição, nas drogas, ou um mendigo que perdeu sua dignidade, não damos muito valor. Mas quando Deus nos vê ou nos viu em uma situação de pecado, ou em uma situação que você era considerada um nada, Ele te amava. Neste momento que as pessoas não acreditavam em você, Deus naquele momento debruçou sobre você, derramando o seu amor.

Nós passamos fases que sentimos um nada. Nada nos trás alegria. No pior momento da sua vida, você valia o sangue que foi derramando na cruz.

Quando você não acredita mais em você, quando as pessoas em sua volta não acreditam, Deus te chama. Quando Deus te olha e você se sente olhado, é o primeiro passo para você se tornar um homem novo, um bom esposo, um jovem sarado. Quanto vale uma vida sem Deus? Vale o sangue de Cristo, porque é para isso que Ele veio.

No evangelho de São Lucas no capituolo 7 relata que Jesus viu a cena de uma viuvá, sepultando seu único filho, Ele se compadeceu, sentiu a dor de uma mãe enterrar o seu filho. Jesus não é alheio ao nosso coração.

No Brasil se morre por 730 pessoas por dias devido a maconha, cocaína e álcool, e em sua maioria é jovem. Nos sofremos, e precisamos sofrer por causa dos 237 jovens quem morreram em Santamaria, mas precisamos ter consciência que muitos jovens morrem diariamente.

Uma vida com Deus tem muito valor.

Cheguei em casa juntamente com os músicos 4h30 bem cansados, viemos de uma noitada boa, sabe por que? Porque chegamos de um show onde levamos Deus.

O amor de Deus te atraiu aqui. Deus é fantástico, Ele fala a linguagem de cada um. 


Com 18 anos procurei o amor em tantas coisas, em zonas de prostituição, na drogadicção e eu encontrei em uma Igreja, e ali encontrei tudo que procurava. Deus está interessado em você, Ele está cuidando de te conquistar, e fazer uma metanoia (mudança de pensamento). 

Aqui contemplamos a alegria, alegria de ser de Deus, passamos o carnaval sem se preocupar se alguém vai brigar, ou alguém que te chamar ir para o motel. E quero dizer desvincula a alegria de pecado, olha quantas pessoas estão passando no carnaval aqui e felizes.

Lembro do meu encontro com Cristo há 30 anos, eu estava drogado e ali encontrei a Deus, eu chorava, sorria e tinha vontade de gritar encontrei o que tanto buscava.

Deus olhou aquela viuvá, e ali foi até o corpo do jovem que estava morto, e ali Jesus falou: levanta-te! Deus fala para você levante!

Sabe qual é o maior elogio que você pode falar de uma pessoa de caminhada espiritual? È quem te viu e quem te vê. 

Meu irmão, minha irmã essa sede, essa fome que você procura, ela só vai saciar quando você encontrar o amor de Cristo.


Dunga 
Comunidade Canção Nova

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Missão no dia a dia: Túlio Veloso

Coordenador do Setor de Comunicação da Comunidade Missão Maria de Nazaré, Túlio Veloso, com 25 anos, iniciou sua caminhada junto a Comunidade a 9 anos atrás onde a Comunidade ainda era uma Missão.


O Retiro "É Possível Ser Feliz" abriu as portas de seu coração para que o mesmo se encontrasse com seu chamado, uma vocação escrita pelo dedos de Deus e traçados em Sua perfeição.
Túlio Veloso, diz receber o Chamado de sua Comunidade Profundamente, onde o mesmo é "Ser Mãe, gerar e formar vida nova".

Foi perguntado ao Servo da MMN, Qual era sua visão em relação ao Ministério em que servia:
" Eu sirvo em 2 ministérios, o da música e o da comunicação, no da música eu vejo que temos bons músicos mas acredito que ainda temos poucos missionários enraizados na fé católica, e tem uma grande diferença entre Músico e Missionário.
Em relação a comunicação, ainda estamos engatinhando em relação a outras dioceses, mas já estamos bem a frente de várias dioceses."

A fé é o ponto atuante de muitos Cristãos que buscam a Salvação e o Encontro com Deus. Segundo Túlio Veloso: "Sem dúvida, vivemos tempos conturbados. A falência dos padrões do passado e a ineficácia das soluções tradicionais, ocasionadas pelas rápidas e sucessivas transformações sócio-culturais, fazem-nos sentir pouco à vontade na sociedade em que vivemos. Para agravar a situação, deparamo-nos, dia após dia, com múltiplas e, por vezes, desconcertantes leituras da realidade, que nos dão a impressão de que somos estranhos em nossa própria terra. A crise é geral e atinge variados setores, como a família, o ensino, a cultura, a política e a economia. Este contexto problemático atinge fortemente também o cristão."

O Coordenador do Setor de Comunicação da MMN, ressalva que a "Juventude que tem sede de Deus, mas também que não quer renunciar as coisas mundanas para viver o Cristo." E Para enfatizar a Juventude nesse Ano da Jornada Mundial diz: "O Brasil vai ser dividido em duas fases, a  “Antes JMJ Rio2013” e a “pós JMJ Rio2013” , tenho certeza absoluta que vai ser um marco para a história da Igreja católica no Brasil , vai ser um reavivamento para os jovens, para a Igreja. Deus vai ser muito carinhoso conosco no ano de 2013, no ano da Fé e no ano da JMJ."

Mensagem de Túlio Veloso ao Amado Leitor:
"A você jovem que está desanimado com a caminhada ou/e com seu movimento na Igreja, não deixe de participar conosco da JMJ Rio2013, que vai acontecer em julho de 2013, você nunca mais será o mesmo depois da JMJ, Deus vai tem algo especial pra você em 2013!"


Fonte: Setor de Comunicação da Missão Católica Bethânia

Jovens e Igreja Católica



O Brasil será sede da 27ª Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, em julho de 2013, como anunciou o Santo Padre Bento XVI, no dia 21 de agosto, em Madri. “Ide e fazei discípulos todos os povos”, o mandato de Jesus a seus discípulos, ao marcar o horizonte largo do anúncio do Evangelho e do seguimento do Mestre e Senhor, com perspectivas e forças para marcar, mudar e configurar culturas. Um desafio missionário que continua pertinente neste terceiro milênio.
É o desafio que define a identidade e a missão da Igreja Católica, desde o momento inicial quando este mandato foi plantado no coração dos primeiros apóstolos, constituindo uma ininterrupta e rica tradição que se desdobra, permanentemente, em compromissos e exigências.
A Igreja Católica, assim, constrói a sua história e sabe que esta é a sua tarefa missionária primordial, que exige uma leitura aprofundada da realidade e um posicionamento no tenor da rapidez e da multiplicidade que caracterizam este terceiro milênio. Essa é a moldura que põe o Brasil Católico agora ante a tarefa missionária de organizar, vivenciar, participar e realizar a próxima Jornada Mundial da Juventude. É, pois, uma tarefa de todos nós.
O local é o Rio de Janeiro. Mas o projeto é para a Igreja Católica capilarmente presente no Brasil em comunhão e cooperação com esta participação em rede no mundo inteiro. Por isso é um evento de dimensões planetárias, envolvendo, de formas variadas, segmentos diferentes das sociedades e culturas. Os números são, pela força das dimensões, exuberantes. As referências a milhões de participantes e envolvidos, as cifras de gastos, os desafios da infraestrutura e outros se põem como uma responsabilidade enorme que deve ser, adequadamente, dividida com todos os que estão na Igreja, para se alcançar metas duradouras que estão além do fantástico que eventos deste porte podem produzir, com risco até de alimentar vaidades ou obtenção de resultados outros nesta ou naquela esfera.
Essa movimentação, que precisa ser feita agora, já, sem delongas – conta-se menos de dois anos para essa preparação, se confronta com a meta fundamental e importante que é a evangelização da juventude. Esse é um desafio inquietante no horizonte da missão da Igreja Católica, por muitos títulos, exigências, demandas e mudanças nos cenários culturais. As pesquisas mostram as preocupantes mudanças ocorridas no novo mapa das religiões no Brasil. Entre os jovens de 10 a 19 anos - público importante para uma jornada mundial da juventude, há uma redução de 9% de católicos – 74% para 67%. O que impulsiona a colocar em pauta, permanentemente, a temática, à luz de reflexões profundas, e gerar mais ações, com rapidez e inventividade, como enfrentamento desta situação preocupante.
Este dado, entre muitos outros, está no quadro de análises que revelam exigências, seriedade e ações mais calculadas e incidentes na realidade quando o assunto é a evangelização. É claro que não se pode brincar com o tema, viver de ufanismos e, nem tampouco, satisfazer-se com dinâmicas e funcionamentos que o Documento de Aparecida, 5ª Conferência dos Bispos Latino-Americanos e Caribenhos, chama de pastoral da conservação.
A referência de que a Igreja Católica perde 1% dos seus, anualmente, podendo, em vinte anos, descer 20 pontos dos atuais 68% no Brasil, exige exames sérios de situações e respostas adequadas e firmes. Não se trata de simples disputa de números, quem tem mais ou quem tem menos. É uma questão mais substantiva que se refere à qualidade da evangelização, à indispensável marca do Evangelho na cultura e à contribuição católica específica e indispensável em se tratando dos rumos das sociedades e do futuro da história e da humanidade.
Minas Gerais tem um percentual de 73% de católicos em detrimento da média preocupante do Sudeste, que é de 64% - em comparação com o Nordeste, que é de 74%, mas também do Rio de Janeiro, que está abaixo dos 50%. É necessário pensar regional e localmente para trabalhar mudanças e reverter números no cenário nacional.
Os católicos de Minas Gerais, à luz da consciência de seu patrimônio tricentenário, marcado pelos valores cristãos e católicos, têm tarefas importantes e compromissos para não comprometer o seu maior e melhor tesouro: a fé. As juventudes, portanto, se constituem como um capítulo decisivo na consideração deste quadro e das exigências missionárias, como compromisso com um bem que está para além das simples fronteiras da Igreja, alcançando famílias, escolas, universidades e a sociedade. É hora de requalificar na Igreja, para o bem deste tempo, sua opção preferencial pelos jovens.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo

Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte - MG


sábado, 2 de fevereiro de 2013

Mensagem do Papa Bento XVI para a Quaresma 2013

Queridos irmãos e irmãs! 

A celebração da Quaresma, no contexto do Ano da fé, proporciona-nos uma preciosa ocasião para meditar sobre a relação entre fé e caridade: entre o crer em Deus, no Deus de Jesus Cristo, e o amor, que é fruto da ação do Espírito Santo e nos guia por um caminho de dedicação a Deus e aos outros.




1. A fé como resposta ao amor de Deus 

Na minha primeira Encíclica, deixei já alguns elementos que permitem individuar a estreita ligação entre estas duas virtudes teologais: a fé e a caridade. Partindo duma afirmação fundamental do apóstolo João: "Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele" (1 Jo 4, 16), recordava que, "no início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo. (...) Dado que Deus foi o primeiro a amar-nos (cf. 1 Jo 4, 10), agora o amor já não é apenas um 'mandamento', mas é a resposta ao dom do amor com que Deus vem ao nosso encontro" (Deus caritas est, 1). A fé constitui aquela adesão pessoal - que engloba todas as nossas faculdades - à revelação do amor gratuito e "apaixonado" que Deus tem por nós e que se manifesta plenamente em Jesus Cristo. O encontro com Deus Amor envolve não só o coração, mas também o intelecto: "O reconhecimento do Deus vivo é um caminho para o amor, e o sim da nossa vontade à d’Ele une intelecto, vontade e sentimento no ato globalizante do amor. Mas isto é um processo que permanece continuamente a caminho: o amor nunca está 'concluído' e completado" (ibid., 17). Daqui deriva, para todos os cristãos e em particular para os "agentes da caridade", a necessidade da fé, daquele "encontro com Deus em Cristo que suscite neles o amor e abra o seu íntimo ao outro, de tal modo que, para eles, o amor do próximo já não seja um mandamento por assim dizer imposto de fora, mas uma consequência resultante da sua fé que se torna operativa pelo amor" (ibid., 31). O cristão é uma pessoa conquistada pelo amor de Cristo e, movido por este amor - "caritas Christi urget nos" (2 Cor 5, 14) - , está aberto de modo profundo e concreto ao amor do próximo (cf. ibid., 33). Esta atitude nasce, antes de tudo, da consciência de ser amados, perdoados e mesmo servidos pelo Senhor, que Se inclina para lavar os pés dos Apóstolos e Se oferece a Si mesmo na cruz para atrair a humanidade ao amor de Deus.

"A fé mostra-nos o Deus que entregou o seu Filho por nós e assim gera em nós a certeza vitoriosa de que isto é mesmo verdade: Deus é amor! (...) A fé, que toma consciência do amor de Deus revelado no coração trespassado de Jesus na cruz, suscita por sua vez o amor. Aquele amor divino é a luz – fundamentalmente, a única - que ilumina incessantemente um mundo às escuras e nos dá a coragem de viver e agir" (ibid., 39). Tudo isto nos faz compreender como o procedimento principal que distingue os cristãos é precisamente "o amor fundado sobre a fé e por ela plasmado" (ibid., 7). 

2. A caridade como vida na fé 

Toda a vida cristã consiste em responder ao amor de Deus. A primeira resposta é precisamente a fé como acolhimento, cheio de admiração e gratidão, de uma iniciativa divina inaudita que nos precede e solicita; e o "sim" da fé assinala o início de uma luminosa história de amizade com o Senhor, que enche e dá sentido pleno a toda a nossa vida. Mas Deus não se contenta com o nosso acolhimento do seu amor gratuito; não Se limita a amar-nos, mas quer atrair-nos a Si, transformar-nos de modo tão profundo que nos leve a dizer, como São Paulo: Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim (cf. Gl 2, 20). 

Quando damos espaço ao amor de Deus, tornamo-nos semelhantes a Ele, participantes da sua própria caridade. Abrirmo-nos ao seu amor significa deixar que Ele viva em nós e nos leve a amar com Ele, n'Ele e como Ele; só então a nossa fé se torna verdadeiramente uma "fé que atua pelo amor" (Gl 5, 6) e Ele vem habitar em nós (cf. 1 Jo 4, 12). 

A fé é conhecer a verdade e aderir a ela (cf. 1 Tm 2, 4); a caridade é "caminhar" na verdade (cf. Ef 4, 15). Pela fé, entra-se na amizade com o Senhor; pela caridade, vive-se e cultiva-se esta amizade (cf. Jo 15, 14-15). A fé faz-nos acolher o mandamento do nosso Mestre e Senhor; a caridade dá-nos a felicidade de pô-lo em prática (cf. Jo 13, 13-17). Na fé, somos gerados como filhos de Deus (cf. Jo 1, 12-13); a caridade faz-nos perseverar na filiação divina de modo concreto, produzindo o fruto do Espírito Santo (cf. Gl 5, 22). A fé faz-nos reconhecer os dons que o Deus bom e generoso nos confia; a caridade fá-los frutificar (cf. Mt 25, 14-30). 

3. O entrelaçamento indissolúvel de fé e caridade 

À luz de quanto foi dito, torna-se claro que nunca podemos separar e menos ainda contrapor fé e caridade. Estas duas virtudes teologais estão intimamente unidas, e seria errado ver entre elas um contraste ou uma "dialética". Na realidade, se, por um lado, é redutiva a posição de quem acentua de tal maneira o carácter prioritário e decisivo da fé que acaba por subestimar ou quase desprezar as obras concretas da caridade reduzindo-a a um genérico humanitarismo, por outro é igualmente redutivo defender uma exagerada supremacia da caridade e sua operatividade, pensando que as obras substituem a fé. Para uma vida espiritual sã, é necessário evitar tanto o fideísmo como o ativismo moralista. 

A existência cristã consiste num contínuo subir ao monte do encontro com Deus e depois voltar a descer, trazendo o amor e a força que daí derivam, para servir os nossos irmãos e irmãs com o próprio amor de Deus. Na Sagrada Escritura, vemos como o zelo dos Apóstolos pelo anúncio do Evangelho, que suscita a fé, está estreitamente ligado com a amorosa solicitude pelo serviço dos pobres (cf. At 6, 1-4). Na Igreja, devem coexistir e integrar-se contemplação e ação, de certa forma simbolizadas nas figuras evangélicas das irmãs Maria e Marta (cf. Lc 10, 38-42). A prioridade cabe sempre à relação com Deus, e a verdadeira partilha evangélica deve radicar-se na fé (cf. Catequese na Audiência geral de 25 de Abril de 2012). De fato, por vezes tende-se a circunscrever a palavra "caridade" à solidariedade ou à mera ajuda humanitária; é importante recordar, ao invés, que a maior obra de caridade é precisamente a evangelização, ou seja, o "serviço da Palavra". Não há ação mais benéfica e, por conseguinte, caritativa com o próximo do que repartir-lhe o pão da Palavra de Deus, fazê-lo participante da Boa Nova do Evangelho, introduzi-lo no relacionamento com Deus: a evangelização é a promoção mais alta e integral da pessoa humana. Como escreveu o Servo de Deus Papa Paulo VI, na Encíclica Populorum progressio, o anúncio de Cristo é o primeiro e principal fator de desenvolvimento (cf. n. 16). A verdade primordial do amor de Deus por nós, vivida e anunciada, é que abre a nossa existência ao acolhimento deste amor e torna possível o desenvolvimento integral da humanidade e de cada homem (cf. Enc. Caritas in veritate, 8).

Essencialmente, tudo parte do Amor e tende para o Amor. O amor gratuito de Deus é-nos dado a conhecer por meio do anúncio do Evangelho. Se o acolhermos com fé, recebemos aquele primeiro e indispensável contato com o divino que é capaz de nos fazer "enamorar do Amor", para depois habitar e crescer neste Amor e comunicá-lo com alegria aos outros. 
A propósito da relação entre fé e obras de caridade, há um texto na Carta de São Paulo aos Efésios que a resume talvez do melhor modo: "É pela graça que estais salvos, por meio da fé. E isto não vem de vós; é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie. Porque nós fomos feitos por Ele, criados em Cristo Jesus, para vivermos na prática das boas ações que Deus de antemão preparou para nelas caminharmos" (2, 8-10). Daqui se deduz que toda a iniciativa salvífica vem de Deus, da sua graça, do seu perdão acolhido na fé; mas tal iniciativa, longe de limitar a nossa liberdade e responsabilidade, torna-as mais autênticas e orienta-as para as obras da caridade. Estas não são fruto principalmente do esforço humano, de que vangloriar-se, mas nascem da própria fé, brotam da graça que Deus oferece em abundância. Uma fé sem obras é como uma árvore sem frutos: estas duas virtudes implicam-se mutuamente. A Quaresma, com as indicações que dá tradicionalmente para a vida cristã, convida-nos precisamente a alimentar a fé com uma escuta mais atenta e prolongada da Palavra de Deus e a participação nos Sacramentos e, ao mesmo tempo, a crescer na caridade, no amor a Deus e ao próximo, nomeadamente através do jejum, da penitência e da esmola. 

4. Prioridade da fé, primazia da caridade 

Como todo o dom de Deus, a fé e a caridade remetem para a ação do mesmo e único Espírito Santo (cf. 1 Cor 13), aquele Espírito que em nós clama:"Abbá! – Pai!" (Gl 4, 6), e que nos faz dizer: "Jesus é Senhor!" (1 Cor 12, 3) e "Maranatha! – Vem, Senhor!" (1 Cor 16, 22; Ap 22, 20). 

Enquanto dom e resposta, a fé faz-nos conhecer a verdade de Cristo como Amor encarnado e crucificado, adesão plena e perfeita à vontade do Pai e infinita misericórdia divina para com o próximo; a fé radica no coração e na mente a firme convicção de que precisamente este Amor é a única realidade vitoriosa sobre o mal e a morte. A fé convida-nos a olhar o futuro com a virtude da esperança, na expectativa confiante de que a vitória do amor de Cristo chegue à sua plenitude. Por sua vez, a caridade faz-nos entrar no amor de Deus manifestado em Cristo, faz-nos aderir de modo pessoal e existencial à doação total e sem reservas de Jesus ao Pai e aos irmãos. Infundindo em nós a caridade, o Espírito Santo torna-nos participantes da dedicação própria de Jesus: filial em relação a Deus e fraterna em relação a cada ser humano (cf. Rm 5, 5). 

A relação entre estas duas virtudes é análoga à que existe entre dois sacramentos fundamentais da Igreja: o Batismo e a Eucaristia. O Batismo (sacramentum fidei) precede a Eucaristia (sacramentum caritatis), mas está orientado para ela, que constitui a plenitude do caminho cristão. De maneira análoga, a fé precede a caridade, mas só se revela genuína se for coroada por ela. Tudo inicia do acolhimento humilde da fé ("saber-se amado por Deus"), mas deve chegar à verdade da caridade ("saber amar a Deus e ao próximo"), que permanece para sempre, como coroamento de todas as virtudes (cf. 1 Cor 13, 13). 

Caríssimos irmãos e irmãs, neste tempo de Quaresma, em que nos preparamos para celebrar o evento da Cruz e da Ressurreição, no qual o Amor de Deus redimiu o mundo e iluminou a história, desejo a todos vós que vivais este tempo precioso reavivando a fé em Jesus Cristo, para entrar no seu próprio circuito de amor ao Pai e a cada irmão e irmã que encontramos na nossa vida. Por isto elevo a minha oração a Deus, enquanto invoco sobre cada um e sobre cada comunidade a Bênção do Senhor!