"Uma meia verdade é pior que uma mentira"
À medida que cresce na mídia a tendência do “politicamente correto”, que, na versão católica do Papa Bento XVI, pode-se traduzir como “ditadura do relativismo”,
alguns católicos, líderes e, às vezes, pregadores parecem ter medo de
assumir a verdade integral pregada pela Igreja. Nota-se certo receio de
“ir contra a corrente”, contra a vontade da maioria, esquecendo-se de
que Jesus é “sinal de contradição”, e que por isso foi perseguido e
crucificado, para não deixar de dar testemunho da verdade que salva. A
verdade não depende da maioria, mas de si mesma.
A
verdade é fundamental; por isso o Papa tem sido seu paladino
incansável. O Catecismo da Igreja Católica (CIC) diz que o que salva é a
verdade: “Com efeito, 'Deus quer que todos os homens sejam salvos e
cheguem ao conhecimento da verdade' (I Tm 2,4). Deus quer a salvação de
todos pelo conhecimento da verdade. A salvação está na verdade” (CIC §
851).
Sem a verdade não há salvação. Jesus disse diante de Pilatos que veio ao mundo “para dar testemunho da verdade” (cf. Jo 18,37) e aceitou morrer para testemunhá-la. E deixou claro que “a verdade vos libertará”.
Assim,
a verdade não pode ser passada “pela metade”, pois se torna perigosa
mentira. Sabemos que uma meia verdade é pior que uma mentira. Não
podemos pregar o Evangelho pela metade, deixando de mostrar
especialmente aquilo que visa destruir o pecado e levar o pecador à
conversão. Por exemplo, a frase “Não podemos comer comida estragada”,
está correta e é muito importante; mas, se eu disser só a metade da
frase: “Não podemos comer comida”, muitos vão morrer de fome. Entendeu
por que a meia verdade é pior do que uma mentira?
“Mutatis mutandis”
(mudando o que deve ser mudado), noto que alguns ensinam a fé católica
em meias verdades. Como? Ao apresentarem uma questão, expõem apenas uma
parte da verdade sobre o assunto, deixando de falar do pecado e das
exigências de conversão. Por essa razão, não podemos, por exemplo, dizer
apenas, aos casais de segunda união, que eles não devem se afastar da
Igreja e que não podem ser discriminados, etc., sem lhes dizer também
que a situação deles não é lícita diante do Evangelho e que não podem
receber os sacramentos.
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