domingo, 3 de junho de 2012

O perigo das meias verdades

"Uma meia verdade é pior que uma mentira"
 
À medida que cresce na mídia a tendência do “politicamente correto”, que, na versão católica do Papa Bento XVI, pode-se traduzir como “ditadura do relativismo”, alguns católicos, líderes e, às vezes, pregadores parecem ter medo de assumir a verdade integral pregada pela Igreja. Nota-se certo receio de “ir contra a corrente”, contra a vontade da maioria, esquecendo-se de que Jesus é “sinal de contradição”, e que por isso foi perseguido e crucificado, para não deixar de dar testemunho da verdade que salva. A verdade não depende da maioria, mas de si mesma.
A verdade é fundamental; por isso o Papa tem sido seu paladino incansável. O Catecismo da Igreja Católica (CIC) diz que o que salva é a verdade: “Com efeito, 'Deus quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade' (I Tm 2,4). Deus quer a salvação de todos pelo conhecimento da verdade. A salvação está na verdade” (CIC § 851).
Sem a verdade não há salvação. Jesus disse diante de Pilatos que veio ao mundo “para dar testemunho da verdade” (cf. Jo 18,37) e aceitou morrer para testemunhá-la. E deixou claro que “a verdade vos libertará”.
Assim, a verdade não pode ser passada “pela metade”, pois se torna perigosa mentira. Sabemos que uma meia verdade é pior que uma mentira. Não podemos pregar o Evangelho pela metade, deixando de mostrar especialmente aquilo que visa destruir o pecado e levar o pecador à conversão. Por exemplo, a frase “Não podemos comer comida estragada”, está correta e é muito importante; mas, se eu disser só a metade da frase: “Não podemos comer comida”, muitos vão morrer de fome. Entendeu por que a meia verdade é pior do que uma mentira?
Mutatis mutandis” (mudando o que deve ser mudado), noto que alguns ensinam a fé católica em meias verdades. Como? Ao apresentarem uma questão, expõem apenas uma parte da verdade sobre o assunto, deixando de falar do pecado e das exigências de conversão. Por essa razão, não podemos, por exemplo, dizer apenas, aos casais de segunda união, que eles não devem se afastar da Igreja e que  não podem ser discriminados, etc., sem lhes dizer também que a situação deles não é lícita diante do Evangelho e que não podem receber os sacramentos. 

 

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